sábado, junho 16, 2007

Fecho os olhos...


Fecho os olhos…
Sinto a tua ausência sentada a meu lado…
Os teus gestos vagos, o teu rosto quase invisível...
O teu olhar sempre perdido, os teus cabelos desalinhados…
Respiro lentamente…
Como se fosse a ultima vez que o fizesse.
O sol já deixou de brilhar há tanto tempo…
Só não sei se da minha vida, ou se deste céu
Que agora reparo pintado de estrelas.
Não são as mesmas estrelas de outras vidas,
De outras eternidades, de outros momentos…
Mas a tua ausência permanece a meu lado.
Continuas a meu lado.
Ouço a tua respiração, o teu riso quase surdo…
Ouço todos os teus pensamentos,
Que tentas em vão esconder na tua mente.
Eu estou aqui.
Sei que também continuas aqui.
Há muito que me debato
Contra o resto do mundo.
Há muito que me sinto
Neste luto profundo.
Há muito que sei que tu
És tudo o que me resta,
Tudo o que ficou…
Esperei-te tempo demais, mas não o suficiente.
E, enquanto esperei, lembrei-me de novo.
Lembrei-me do que deixei…
Dos castelos que abandonei. Das ruínas onde sorri.
Dos dias de sol. Das nuvens de tempestade.
Dos dias em que te vi. Dos dias em que me viste.
Dos dias em que percebi que, apesar de tudo,
Tu serias sempre a única pessoa
Que ouviria os meus silêncios
E que esqueceria as minhas palavras.
Lembrei-me de tudo o que existiu,
Aparentemente, de nada…
Verdadeiramente, do que me fez feliz.