quarta-feira, agosto 18, 2010

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Fecho os olhos. Não para sentir melhor ou para saborear o momento... Fecho os olhos para que tudo passe depressa e não veja à minha frente aquilo que o coração me diz.
Passou demasiado tempo. E agora que o tempo se esgotou e que as cortinas de um novo tudo se abriram, só penso em fugir. Tenho medo. Não consigo pensar... Já não sabia sentir assim... E agora que sinto, não sei se quero continuar. Não sei se quero gostar.
Tenho medo de querer ser contigo coisas que não fui... De querer trocar de alma contigo, de fazer malabarismos com elas... E se depois quando der por mim, já não tiver a minha nas mãos? E se depois já não tiver nada?
Levei anos a construir estas muralhas... A erguer torres sem escadas... De onde apenas podia esticar os braços e sentir a chuva ou o vento... Podia espreitar sem ninguém ver, e lá do alto criar histórias com o que, teoricamente, cá fora, bem longe das minhas muralhas, poderia acontecer...
Agora vens... Fazes tremer a minha vida, as muralhas quase que cedem... e eu deixo, não me oponho a que o faças... Mas agora aqui, o desespero é tanto que prefiro as muralhas a ti... Que prefiro estender os braços a ampará-las que abraçar-te... Que prefiro gritar a dor de as sentir contra o peito do que gritar por ti e pedir para que fiques.
E eu quero que fiques, mas não sei como te dizer isso.